sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Entre Eu e o Livro: Entrevista com Joyce

Hoje teremos nossa primeira entrevistada na coluna 'Entre Eu e o Livro', e seu nome é Joyce Carpes.
Joyce tem 27 anos, é nascida em Santos - SP. Internacionalista pós graduada em Gestão Estratégica de Negócios, IBMer e mãe de duas gatas. Tem por hobby ler, escrever, cantar e principalmente rir.

Conte um pouco sobre você pra gente te conhecer melhor! Como foi pra você a sua história com os livros?

Bastante gradativa, mas ainda assim intensa. Eu não me lembro de ver meus pais lendo pela casa. Minha mãe não é muito fan de leitura, mas meu pai sempre teve uma vasta coleção e livros, acho que ele só escolhia muito bem o horario de lê-los, provavelmnte enquanto eu estivesse dormindo e não enchendo o saco dele hahaha

Como você começou a ler e se apaixonar pelo mundo literário?

Engraçado, mas o primeiro livro que lembro ter lido foi “A vida acidentada de um Vampirinho”, eu tinha por volta de 7 anos e era a história de um vampirinho chamado Draculinha que usava aparelho nos dentes, botas ortopédicas, tinha língua presa e tudo mais. Era bastante engraçado! Ele tinha uma irmã mais velha Draculina, pai era Sr. Draculão e a mãe Dona Draculeta. A verdade é que comecei a ler livros na escola, depois deste do Draculinha, passei a frequentar a biblioteca, passava mesmo muito tempo lá. Meu pai chegou a achar que eu tinha fugido da escola uma vez porque não me encontrou no pátio esperando por ele quando foi me buscar, acabou me procurando por todo canto da escola junto com a diretora e me encontraram feliz da vida lendo a Branca de Neve depois da aula.
O tempo passou e minha avó materna me deu a coleção do Monteiro lobato. Mas eram livros muito densos para minha idade, e meu pai começou a ler alguns para mim. O único problema é que depois de um tempo eu comecei a perceber que ele inventava muita coisa nas histórias... ele gostava de fazer as vozes dos personagens e tudo mais, mas acho que julgava Monteiro Lobato pouco criativo e colocava ainda mais coisas no meio. Só tive certeza quando na quarta série começamos a ler O Saci, e era completamente diferente do que meu pai havia me contado uns anos antes!
Meus gostos amadureceram com o tempo e daí vieram acompanhados das minhas próprias histórias... escrevi várias na época da escola, ficção e não ficção... escrevia muito a respeito do dia a dia também e as pessoas começaram a gostar muito do que liam. Nessa época, já por volta dos meus 13 anos, eu lia um livro por semana, pois tinha bastante tempo livre pra me dedicar a este vasto mundo interno.

Você tem algum livro que mudou a sua vida? Se tem, fale um pouco sobre ele!

Sinceramente não tenho nenhum livro que mudou minha vida a esse ponto. Sempre pensei muito a respeito de muitas coisas então uma única história não tem um impacto tão grande assim na minha mente. Obviamente, existiram uma série de personagens com os quais eu me identifiquei ao longo dos anos. Eu sempre gostei demais de Scherlock Holmes por esse espectro meio aspie dele, de absurda racionalidade e dificuldade com sentimentos. Eu sempre tive grande dificuldade pra expressar sentimentos, aprendi a desenvolver e melhorar com o tempo sem grande ajuda externa, puro despertar interno mesmo, mas sempre gostei deste tipo de personagem, inclusive sempre tem a presença de um em algum conto meu.
Um livro que mais ou menos mudou um pouco a minha visão a respeito da materialidade que a gente vive foi um, em minha opinião, romance água com açucar espírita chamado “Violetas na janela” é uma história muito bonita, e meteve um grande impacto em mim por eu ter lido por sugestão de uma amiga, que havia falecido. Ela havia dito que me emprestaria o livro e dias depois acabou falecendo, vítima de um aneurisma cerebral, acabei achando o pdf e lendo dias depois, pois se ela queria tanto que eu lesse, achei que era o mínimo que podia fazer. Ainda assim é um romance bem água com açúcar, não tem grandes atributos, não é amadurecido, mas é bonito.

Como é o seu hábito de leitura?

Eu costumo ler diariamente no caminho do trabalho. Como vou de ônibus fretado, tenho por volta de 40 minutos diários para ler, e costumo ler também antes de dormir. Sendo assim eu costumo ler de 2 a 3 livros ao mesmo tempo e gosto bastante dessa prática, ajuda bastante a manter o cérebro em forma e me da muitas ideias! É uma maravilha pra criatividade, eu já nem sou uma criatura inquieta, não é verdade?

Você tem algum gênero literário que prefira?

Eu ADORO fantasia épica! Mundos fantásticos são os melhores! São geralmente romances muito bem cosntruidos, gosto muito também do gênero policial de época como as Histórias de Sherlock Holmes, Hercule Poirot e tudo mais, inclusive os Brasileiros como o Xangô de Bakerstreet, Assassinatos na Academia Brasileira de letras, etc.

Quais são seus livros preferidos? E autores?

Na minha adolescência eu era apaixonada por Harry Potter! Tudo era fantástico e lindo e maravilhos,mas aí eu cresci e percebi que era o Senhor dos Anéis reescrito... JK Rowling minha senhora, nunca me desapontei tanto... mas ainda amo o Snape! Esse sempre estará no meu coração.
Eu adoro Tolkien! Eu sei que ele não tem uma redação muito fácil de se ler, na verdade é bastante cansativo, mas o universo que ele criou é fantástico! Não existe nenhum autor aos pés dele neste quesito, isto é um fato! Eu aprendi a ler e escrever em Runas anglo-saxãs porque ele as usa nos livros. O Homem era professor em Oxford, criou mundo e raças e línguas e alfabetos...
Sir Arthur Conan Doyle é um dos meu preferidos também. As histórias tem alto grau de complexidade e um charme único do detetive aspie e seu companheiro médico recém forçadamente aposentado.
Luis Fernando Veríssimo! Esse é o melhor autor brasileiro da atualidade na minha opinião! Tem o dom da escrita, principalmente no gênero comédia! Tenho muitos livros dele e já tive o prazer de encontrá-lo em uma livraria na minha cidade, Santos, onde ele me convidou pra uma palestra, me deu um autógrafo no meu livro, me desejou Feliz Aniversário (era meu aniversário), tiramos uma foto e ainda tive o prazer de ser levemente zuada por ele! Eu disse que queria ser como ele quando crescesse (eu tinha 18 anos na época) e ele comentou na palestra que era a pior decisão que eu tinha tomado pois eu iria encolher, engordar, ficar careca e mais feia... considero tanto ele que nem sei se me importaria tanto assim com a transformação!



Tem algum filme inspirado em livro que você tenha gostado? Qual?

Eu sou muito fan daqueles inspirados nas obras do Tolkien, apesar do Peter jackson ter colocado uma série de elementos que não deveriam existir. Ficaram absurdamente bons ainda assim, eu compreendo que apesar de ser um filme baseado em um livro, são obras distintas e devem ser tratados como obras distintas.
Gosto muito também de Harry Potter e o Cálice de fogo. A cena daquele navio saindo de dentro do lago foi demais!
E claro, a melhor adaptação pra mim atÉ agora foi o nacional O Xangô de Bakerstreet. Sensacional! Inclusive, o autor, Jô Soares, atua no filme como o delegado. A história ficou fidelíssima ao livro e a produção é maravilhosa. E sabe do melhor? Foge de todo aquele estigma de filme nacional que tem que falar de favela e drogas!

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